sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Imortais


“As almas de todos os homens são imortais, mas as almas dos justos são imortais e divinas” (Prólogo)


A mitologia grega é extraordinária, e um filme que tente retratá-la deve pelo menos acompanhá-la nesta qualidade. E nisso o filme Imortais se esforçou verdadeiramente: efeitos especiais abundantes, cenários e figurinos bem trabalhados, lutas bem coreografadas, exércitos que exigiram um bom numero de figurantes e efeitos visuais, discursos emocionantes, etc. Enfim, Tarsem Singh, o diretor, fez tudo para mostrar de forma grandiosa uma passagem da mitologia grega, o que não apaga algumas confusões mitológicas, mas, quem sabe seu intuito tenha sido, na verdade, trazer um enredo mais palpável ás telonas.

Quando o rei Hiperion (Mickey Rourke) decide roubar o arco de Épiro - única arma capaz de libertar os Titãs do Monte Tártaro - na verdade planejava vingar-se dos deuses, pois estes não lhe deram ouvidos em momentos de aflição. Os Titãs teriam sido derrotados por deuses na grande batalha de Titanomaquia pela sucessão do trono celestial, e libertá-los seria reeditar esta terrível batalha entre deuses e Titãs. Hiperion, em sua busca desenfreada pelo arco, não tinha piedade de quem fosse encontrado pelo caminho, promovendo crueldades que afligiam até mesmo os deuses no Olímpio, porém, seguindo ordens de Zeus (Luke Evans), nenhum deus deveria interferir nas ações humanas, pois o arbítrio é livre. Exceção feita caso os Titãs fossem libertados por Hiperion.

Theseus (Henry Cavill), filho bastardo de uma camponesa, dotado de grande coragem, era o único homem capaz de tentar deter a corrida de Hiperion, na verdade o próprio Zeus, na sua forma humana, sempre esteve ao lado de Theseus oferecendo lhe ensinamentos valiosos.  

A fé, ou a falta dela, está sempre presente entre os personagens da trama: sua falta seria o motor que impulsiona a raiva de Hiperion contra os deuses. Porém é sua presença que faz Zeus acreditar em Theseus, ou mesmo Etra (Anne Day-Jones), mãe de Theseus, e Fedra (Freida Pinto) sacerdotisa do oráculo, clamarem pelos deuses. Talvez apenas a coragem de Theseus pudesse ser maior que a força desta fé. 

Aliás, força mesmo foi o que demonstraram as religiões teológicas – judaísmo, cristianismo, islamismo, etc. – que transformaram as religiões antigas em mitologia, fábulas. Imaginar que pessoas já depositaram tanta fé nestas tramas, assim como atualmente outras também o fazem com as narrativas envolvendo Jesus Cristo, Maomé etc. Definitivamente, ninguém poderá acusar a humanidade de falta de criatividade.


Título original: (Immortals)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Tarsem Singh
Atores: Henry Cavill, Freida Pinto, Mickey Rourke, Luke Evans.
Duração: 110 min
Gênero: Aventura

Um comentário:

  1. eu, como um grande fã de mitologia grega, adorei o filme. Tornaria-se perfeito, se os deuses não fossem tão gays e se tivesse uma luta entre deuses e titãs em sua forma gigante, com zeus lançando seus raios e apolo suas flechas e os titãs revidando com enormes blocos de pedra, por exemplo, só faltou isso! mas mesmo assim a luta deles em forma humana foi excepcional! sem falar que lembra até o meu jogo favorito: God of War!

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